BLOG SINDASPI-SC
Um ato político contra a fome
Banquetaço em Florianópolis marca retomada do Conselho Nacional de Segurança Alimentar
Ao maio dia e no final da tarde da segunda feira 27, manifestantes de diversas organizações sociais e movimentos populares realizaram o Banquetaço, um ato político que visa expor o problema da fome em nosso país. O Banquetaço consiste em ações por todo o Brasil com distribuição de comida e debates em torno da segurança alimentar e marca a retomada das atividades do Conselho Nacional de segurança Alimentar, que havia sido extinto pelo governo federal na gestão de Jair Bolsonaro.
Pela manhã a concentração foi em frente ao restaurante popular na Avenida Mauro Ramos, uma tenda com frutas, sucos e cerca de 250 marmitas foi colocada ao lado de um plenário improvisado que serviu para a roda de conversa sobre a retomada do CONSEA e a questão da fome no Brasil e em particular na capital catarinense. No Brasil, 33,1 milhões de pessoas não têm garantido o que comer, e mais da metade (58,7%) da população brasileira convive com a insegurança alimentar em algum grau, segundo informações do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia de Covid-19 no Brasil.
Ao final da tarde a concentração foi na escadaria da Catedral na Praça VX no Centro da capital, no espaço também foram montadas tendas para abrigar o Banquetaço que contou, além da roda de convers, com uma "batalha de rima", encontro de repers locais que nas suas apresentações abordaram o tema da fome, da falta de acesso ao conhecimento, preconceito e dilemas socais que tratam do cotidiano das comunidades que tem seus direitos negados.
As ações do Baquetaço em Florianópolis foram organizadas pelo "Coletivo Banquetaço", grupo de ação direta montado pela sociedade civil organizada para fortalecer a defesa do direito humano à alimentação adequada e saudável. Participam cozinheiras e cozinheiros, chefes de cozinha, nutricionistas e agricultores familiares e também entidades sindicais como o SINDASPI e a FRETAFI, além de movimentos sociais como o MTST e o Movimento da População de Rua.
História do Consea
O conselho foi criado em 1993 como um espaço para o controle e a participação social na temática da alimentação, mas o colegiado foi extinto na gestão seguinte. Em 2003, no primeiro governo Lula, foi recriado e voltou a propor diretrizes que, aliadas a outras práticas, tirou o Brasil do "mapa da fome" em 2014. Infelizmente, o país voltou ao mapa de onde havia saído, em 2020, por conta do desmonte das políticas públicas no governo Bolsonaro.
O comando do Consea será assumido pelo mesmo grupo que ocupava o colegiado até 2019. Na presidência, a partir desta terça-feira (28), estará Elisabetta Recine, professora do Departamento de Nutrição da Universidade de Brasília (UnB). E no final de 2023 será realizada a 6ª Conferência do Consea.
O encontro será o momento de atualização das regras de composição do conselho e escolha dos integrantes, e também serão estabelecidas as prioridades que irão compor o 3º Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.