Impasse em reunião entre Governo de SC e Sindicatos da Agricultura

 Florianópolis, 22 de julho de 2025 – Em um cenário de crescente tensão, representantes do governo de Santa Catarina e dos sindicatos que representam os trabalhadores das empresas públicas da agricultura do estado (Epagri, Cidasc e Ceasa) reuniram-se hoje para discutir o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), vencido desde 1º de maio. O encontro, que contou com a presença do Secretário Estadual de Administração, do Secretário Estadual da Agricultura, e dos presidentes da Epagri, Cidasc e Ceasa, terminou sem avanços significativos, aumentando a preocupação com a situação dos trabalhadores.

A ausência de um novo ACT há quase três meses torna o momento especialmente grave para a categoria, que aguarda ansiosamente por definições. No entanto, a reunião de hoje não trouxe as respostas esperadas. O governo não apresentou nenhuma proposta substancialmente nova, reiterando sua posição anterior e gerando frustração entre os sindicalistas.

Demandas Ignoradas e Impasse em Reajustes

Apesar da abertura para estudar uma melhora no valor do vale-alimentação, o governo se mostrou irredutível quanto às demais demandas da pauta de reivindicações dos trabalhadores. As históricas solicitações da categoria foram recebidas com insensibilidade, sem qualquer aceno para ganho real nos salários. A proposta de um piso mínimo de R$ 300 para aqueles que recebem abaixo de R$ 5.600 foi categoricamente rechaçada.

O Secretário de Administração Vânio Boing, em particular, manteve-se firme em sua posição, negando a inclusão de pontos como a progressão por merecimento e a sustentabilidade sindical no ACT. Outro ponto de discórdia foi a Cascaresc, o plano de saúde dos trabalhadores. Enquanto a Casacaresc demanda uma reposição de 4,7% da parte patronal para o equilíbrio do plano, o governo admite chegar apenas a 4,5%, mantendo a divergência.

Apesar da sinalização de que o valor do vale-alimentação pode ser aprimorado, a gestão estadual recusou a garantia de um reajuste mínimo de R$ 300 para os salários inferiores a R$ 5.600, o que mantém a insatisfação da categoria.
O impasse nas negociações intensifica a apreensão dos trabalhadores e levanta dúvidas sobre os próximos passos do diálogo entre governo e sindicatos.

Próximos Passos: *Sindicatos Sinalizam Mobilização e Greve

Diante da ausência de avanços nas negociações os sindicatos alertaram a representação do governo sobre a disposição da categoria em intensificar a mobilização. A pauta de ações inclui concentrações na capital e a intensificação das manifestações nos locais de trabalho.
A categoria dos médicos veterinários e os trabalhadores representados pelo SINDASPI, que já possuem um indicativo de greve aprovado em suas assembleias. Essa sinalização reforça a insatisfação geral e a disposição dos trabalhadores em adotar medidas mais drásticas caso suas reivindicações não sejam atendidas.
O cenário aponta para um acirramento das tensões e a possibilidade de paralisações nas empresas públicas da agricultura de Santa Catarina, caso o diálogo com o governo não produza resultados concretos em breve.