"Na volta a gente compra": Frustração marca negociação salarial de servidores da agricultura catarinense

Florianópolis, 06 de maio - A mesa de negociação coletiva entre representantes dos servidores das empresas públicas da agricultura de Santa Catarina e o governo estadual, realizada na manhã desta terça-feira (06), terminou com um sentimento de frustração por parte dos sindicatos da categoria. O encontro, que ocorreu às 10h com o secretário adjunto da Secretaria de Agricultura do Estado, ecoou a mesma proposta já apresentada pelo secretário de Administração, Vânio Boing, no final de março, sem avanços significativos nas demandas dos trabalhadores.

A principal decepção dos representantes sindicais reside na ausência de qualquer perspectiva de ganho real nos salários, mantendo a proposta inicial do governo. Além disso, não houve menção ou proposta concreta para a equiparação do vale alimentação dos servidores da agricultura com os valores pagos aos funcionários de outras empresas estatais, uma reivindicação antiga da categoria.

Outro ponto de descontentamento foi a reposição, no plano de saúde, que ficou abaixo dos 4,71% esperados pela parte patronal, um cálculo previamente anunciado pela CASACARESC.

A direção do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Assessoramento, Perícia, Pesquisa e Informações do Estado de Santa Catarina (SINDASPI) não poupou críticas à postura do governo. Em uma analogia contundente, comparou a promessa de melhorias salariais à clássica frase infantil: "na volta a gente compra". Para o sindicato, a impressão deixada pela negociação é a de uma promessa adiada indefinidamente, gerando descontentamento e incerteza entre os servidores.

Diante do impasse, os sindicatos que representam a categoria planejam solicitar uma nova rodada de negociação. Desta vez, o objetivo é envolver as direções das empresas públicas da agricultura e contar com a presença de membros do governo com poder de decisão para avançar nas tratativas.

Os trabalhadores e trabalhadoras da agricultura catarinense seguem firmes em suas reivindicações, que incluem, além do ganho real nos salários e da equiparação do vale alimentação (almejando os patamares da CELESC e CASAN), a integralidade do plano de saúde para os menores salários e a urgente revisão do plano de cargos e salários, demandas aprovadas em assembleias regionais realizadas no final do ano passado. A categoria aguarda ansiosamente por um sinal positivo do governo que vá além da promessa de "comprar na volta".