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Sem de ganho real, governo quer evitar debate eleitoral e busca um ACT por dois anos

Diretrizes não contemplam as reivindicações e proposta do governo não resolve os problemas no plano de saúde e vale alimentação.
Em uma reunião realizada na Secretaria da Administração do Estado de Santa Catarina, o governo estadual, representado pelo secretário Vânio Boing, membro do GGG, apresentou as diretrizes para a proposta do Acordo Coletivo deste ano com os sindicatos que representam os trabalhadores e trabalhadoras das empresas públicas da agricultura. Este foi o primeiro encontro com o secretário para tratar do tema.
A data-base das categorias é 1º de maio, e o governo manifestou a intenção de que o acordo tenha validade por dois anos. No entanto, a proposta inicial não atende às reivindicações apresentadas pelos sindicatos, que foram organizadas em 19 assembleias regionais e uma estadual, abrangendo todas as regiões do estado.
Entre os pontos apresentados pelo governo, destaca-se a oferta de reposição da inflação dos últimos doze meses, sem qualquer ganho real para os trabalhadores.
No que diz respeito ao plano de saúde, o governo propôs um índice de 4,5% para a parte patronal. Essa porcentagem não cobre o valor de 4,71% calculado pela operadora como necessário para equilibrar o plano. Além disso, a dificuldade de acesso ao plano para os trabalhadores com menores salários também foi apontada como um impasse.
Sobre a questão da aposentadoria, o governo sinalizou a intenção de ampliar a participação das empresas até os 65 anos e informou que aguarda estudos da CERES.
Em relação ao vale alimentação, a proposta do governo é em torno de R$ 950,00. Esse valor está abaixo do que empresas como CASAN e CELESC já pagam a seus servidores e do que é reivindicado pelas categorias, que pleiteiam a equiparação com o benefício pago nessas outras estatais.
Os diretores sindicais também reivindicaram a revisão do Plano de Cargos da EPAGRI, buscando a valorização da carreira e o retorno da função de operário de campo. Eles também pedem a publicação imediata de concurso público para repor os cargos extintos, com o objetivo de reduzir a sobrecarga de trabalho e os prejuízos causados pelas terceirizações, já comprovados.
A reunião marca o início das negociações e as propostas apresentadas pelo governo serão analisadas pelos sindicatos, que devem apresentar suas contrapropostas nas próximas rodadas de negociação.