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BLOG SINDASPI-SC


29/12/2021 | Editorial

“Presente de Natal” para os trabalhadores da Epagri

Poucos dias depois do Natal, os trabalhadores da Epagri tomaram conhecimento de mais um “presente de Natal” indesejado. Trata-se da extinção de diversos cargos e terceirização do Grupo Operacional de Serviços do PCCS, no qual estão inclusos os trabalhadores de campo da Epagri, que foi aprovada pelo Conselho de Administração da empresa.

Em reunião com a diretoria da Epagri, no dia 12 de dezembro, o SindaspiSC se manifestou contrário à terceirização das atividades desenvolvidas pelos trabalhadores de campo por entender que essa medida prejudica os trabalhadores e enfraquece a própria empresa. Contudo, em reunião do Conselho de Administração da Epagri realizada em 24 de novembro, essa medida foi aprovada sob a alegação de que falta mão de obra para essas atividades e que há uma grande evasão dos concursados para esse cargo.

Ao invés de reconhecer os motivos dessa evasão, relacionada principalmente aos baixos salários pagos a essa categoria e à desvalorização da mesma no âmbito da empresa, a Epagri busca uma saída mais fácil e cômoda para a resolução do problema, mas que fragiliza todos os trabalhadores e coloca em risco o próprio futuro da empresa.

O SindaspiSC vem há anos denunciando o descaso da empresa com os trabalhadores dessa categoria e defendendo avanços expressivos para a mesma, de forma a reduzir as diferenças entre os maiores e os menores salários.

Terceirizar esses serviços significa transferir o problema para outros trabalhadores que serão ainda mais precarizados e, provavelmente, gastar mais recursos públicos para executar os mesmos serviços.

Esse é mais um passo em direção ao desmonte da Epagri, implementado por aqueles que constantemente manifestam seu orgulho de pertencer aos quadros da empresa, mas que no cotidiano contribuem para seu enfraquecimento, consciente ou inconscientemente.

Contudo, mais espantoso do que isso, é tomar conhecimento de que essa medida foi aprovada com o voto favorável da representante dos trabalhadores no Conselho de Administração. A pessoa eleita pelos trabalhadores para representá-los nesse conselho preocupou-se mais em resolver da forma mais cômoda possível um problema da Direção, resultante da histórica desvalorização de determinadas categorias, do que em defender os direitos de quem ela representa. Também não temos conhecimento de que a mesma tenha buscado qualquer tipo de diálogo com a entidade que representa os trabalhadores que seriam impactados com sua decisão. É esse o papel dos nossos representantes nesse Conselho?

Há alguns anos, a empresa terceirizou a função de Vigia. Agora chegou a vez dos trabalhadores de campo e motorista. O que virá depois? Os administrativos? Os laboratoristas? Os extensionistas? Os pesquisadores?

 Para finalizar, lembramos de um famoso poema, que pode servir de prenúncio para o futuro da Epagri:

Um dia, vieram e levaram meu vizinho, que era judeu.

Como não sou judeu, não me incomodei.

No dia seguinte, vieram e levaram meu outro vizinho, que era comunista.

Como não sou comunista, não me incomodei.

No terceiro dia, vieram e levaram meu vizinho católico.

Como não sou católico, não me incomodei.

No quarto dia, vieram e me levaram.

Já não havia mais ninguém para reclamar.

 

                        Martin Niemöller