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Direitos Humanos não é bandeira da esquerda marxista?
Parece que estamos vivendo uma fascistização de nossas sociedades. Sabemos que o fascismo/nazismo, por exemplo, foram projetos burgueses, com apoio popular, de direita, sem qual quer base de razão e bom senso.
O povo, e mesmo a trabalhador num sentido mais específico, adere a projetos que melhor representa seus interesses imediatos.
Hoje em dia, ser de esquerda e ser de direita parece ser a mesma coisa. Pessoalmente defendo que o corte para ser de esquerda, em primeiro momento, seja a defesa das transformações, sejam quais forem.
Mas só isso não basta.
As transformações devem levar em conta a igualdade social, a justiça social ou desenvolvimento social. E por trás do processo transformador, o sujeito principal não pode ser outro, a não ser a classe trabalhadora.
Porém, de forma alguma, priorizar os interesses dos trabalhadores significa deixar de lado os problemas dos oprimidos marginalizados, que são significativos.
A esquerda superou as bandeiras revolucionárias da burguesia dos séculos XVI, VVII e XVIII com a defesa da universalização dos direitos sociais e da socialização do regime político, além da política. Além disso, no processo da luta de classes deu ao proletariado o papel de agente histórico na construção de uma sociedade livre.
No entanto, elementos defendidos pelo liberalismo clássico, principalmente as liberdades civis ou individuais, não foram descartadas pelos melhores marxistas. E mesmo o socialismo de cunho marxista do século XIX e XX não negou os avanços do “iluminismo” burguês, pelo contrário: defendeu sua superação. Por isso mesmo houve o desenvolvimento do modo de produção capitalista na URSS e na China. Entretanto, tais experiências não teve preocupação alguma com as questões ambientais e humanitárias. As cicatrizes de todo este processo tem colidido, de forma nada amistosa, entre os revolucionários do século XXI, no casamento da luta ecológica e humanitária com a luta de classes.
Então, como pensar na emancipação humana, deixando de lado o lumpesinato e demais categorias marginalizadas?
E será que a luta em prol desses setores prejudica mesmo a luta pela emancipação do trabalhador, como classe organizada, do processo de mais-valia do capital?
Acho que não.
A esquerda deve encontrar formas para conciliar a luta dos trabalhadores com a luta dos demais oprimidos.
A luta dos direitos humanos está mais para o estágio de luta inicial por direitos, vide revolucionários do século XVI, do que uma luta fragmentada, vide esquerda pós-moderna do século XXI.
Direitos Humanos significa direito à vida. São os primeiros que os comunistas e socialistas devem defender.
A luta pela emancipação da classe trabalhadora só é possível com um processo revolucionário. Enquanto ele não se materializa a luta pelos Direitos Humanos continua sendo, também - dentre outras, bandeira principal da esquerda, incluindo a marxista, na atualidade.
Fonte: Ousar Lutar! Ousar Vencer!