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BLOG SINDASPI-SC


22/10/2015 | Geral

Repúdio aos casos de violência contra a população imigrante em Santa Catarina

O assassinato do haitiano Fetiere Sterlin, isolador naval de 33 anos, em Navegantes aqueceu novamente, em Santa Catarina e no Brasil, o debate sobre a xenofobia. Fetierre foi morto espancado por jovens na presença de sua mulher, após ser xingado pelo grupo.
Em agosto deste ano, seis imigrantes do Haiti foram mortos em São Paulo, em junho um morador do Rio Grande do Sul ameaçou haitianos por virem pra cá “roubar o emprego dos brasileiros”, além disso, ano passado haitianos foram agredidos em Curitiba.  
Em repúdio a esse cenário, o Grupo de Apoio a Imigrantes e Refugiados de Florianópolis (GAIRF), assim como outras organizações e também o Governo do Estado lançaram notas de repúdio ao acontecimento que se deu dias depois da realização de importante seminário sobre migrações contemporâneas na Assembleia Legislativa.  
Leia abaixo a Nota do GRUPO DE APOIO A IMIGRANTES E REFUGIADOS DE FLORIANÓPOLIS E REGIÃO (GAIRF):


 

O Grupo de Apoio a Imigrantes e Refugiados de Florianópolis (GAIRF) vem a público manifestar seu repúdio aos crimes cometidos contra imigrantes no Estado de Santa Catarina e solidarizar-se com as vítimas e suas famílias.

No último sábado (17 de Outubro de 2015), o imigrante haitiano Fetiere Sterlin, de 33 anos, foi morto por espancamento coletivo na cidade de Navegantes, numa clara demonstração de crime de ódio e xenofobia contra a população haitiana na região. Segundo sua esposa, a brasileira Vanessa Nery Pantoja, que testemunhou o crime, os agressores gritavam “o que você veio fazer aqui?” e “voltem para a terra de vocês” enquanto espancavam Sterlin.

Nas diversas atividades e audiências públicas de que já participamos, observamos que as violações dos direitos trabalhistas, sociais e direitos humanos, agora o mais básico, o direito à vida, são práticas infelizmente comuns em nosso Estado. O triste caso de Sterlin nos mostra que a escalada de violações desses direitos nos encaminha a uma situação muito perigosa de xenofobia contra os novos imigrantes em Santa Catarina, especialmente os haitianos.

Enquanto a Polícia ainda investiga e interroga suspeitos, manifestamos que as agressões contra Sterlin atingem de forma muito profunda a todos aqueles que vieram a nosso Estado em busca de melhores condições de vida e àqueles que lutam por desenvolver mecanismos de atendimento, acolhida e acompanhamento destes imigrantes.

Consideramos que toda a discriminação é uma forma de violência e que suas manifestações devem ser denunciadas, para que os crimes sejam investigados. Mecanismos de proteção aos imigrantes devem ser desenvolvidos em nosso Estado. A formulação de políticas públicas específicas, através da criação de um Centro de Referência a Imigrantes e Refugiados e de uma Secretaria Estadual de Direitos Humanos, são demandas antigas que, enquanto não saírem do papel, manterão os imigrantes em situação de vulnerabilidade.

Cobramos, com isto, posicionamento imediato do Governo do Estado de Santa Catarina e da Prefeitura de Navegantes. Não apenas por meio de suas assessorias de imprensa, mas principalmente através de demonstrações claras de preocupação com a população imigrante e seus direitos. Um Estado que evoca a importância das migrações para a constituição de seu povo deve, agora, saber da importância de garantir direitos e integração social digna aos novos imigrantes.

O GAIRF declara, por fim, que segue atento às violações de direitos humanos praticadas contra imigrantes e refugiados e se coloca à disposição para contribuir com programas e políticas de atendimento, acolhida e cidadania destes imigrantes, algo que temos cobrado desde nossa constituição enquanto grupo, em abril de 2014.