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BLOG SINDASPI-SC


20/03/2014 | Movimentos Sindicais

Como pode tanta diferença se é a mesma energia?

R$ 1 bilhão (um bilhão de reais) foi o lucro da Eletropaulo em 2013. A distribuidora paulista, privatizada na época de FHC, hoje está nas mãos da norte-americana AES. Este R$ 1 bilhão fori mandados na sua totalidade (exceto os 5% previstos em lei) para os acionistas nos EUA. Se a riqueza produzida pela Eletropaulo fosse dividida pelos seus trabalhadores daria a cada um deles R$ 2 milhões por ano.Como pode o Brasil conviver com dois tipos de tarifa para a energia? Enquanto usinas hidrelétricas da estatal federal Eletrobras estão vendendo energia a R$ 32,89/1.000 kW, as empresas privadas estão vendendo os mesmos 1.000 kW pelo absurdo de R$ 822,83, esta última é a famosa energia produzida pelo “mercado livre”. Este “mercado livre” significando os “produtores independentes” que se apossaram da geração de energia na época das privatizações, com o argumento fácil de que a privatização reduziria as tarifas. Como pode tanta diferença se é a mesma energia, a mesma água, a mesma forma de produção? O setor elétrico brasileiro está à mercê da rapinagem do capital, em todos os cantos, em todas empresas, há mais de 40 anos, conclui Luiz Dallacosta, coordenador da Plataforma
Operária e Camponesa da Energia, entidade que existe desde 2010 e é formada entre ou - tros pelos sindicatos de eletricitários de todo país e FNU; pelos sindicatos de petroleiros e FUP, pelos sindicatos de engenheiros e Fisenge e com movimentos sociais como MAB, MST e Via Campesina.


CHANTAGEM
Dallacosta esteve em visita ao Sinergia, semana passada, discutindo com os dirigentes sindicais detalhes de um seminário regional sul onde será debatida a atual política energética e de onde sairão sugestões para um Projeto Energético Popular. Outros seminários, nas diferentes regionais, serão realizados em 2014 e, de posse deste projeto, a Plataforma vai buscar comprometer candidatos às eleições de 2014 (presidente da república, governadores
e parlamentares) com estas propostas que visam garantir o bem estar da nação brasileira. “A política de energia nacional está sendo dirigida pelos interesses das grandes empresas privadas (como Suez, Tractebel, AES) e do capital financeiro. Este controle se dá em cima da geração, distribuição e também sobre a estrutura governamental como Aneel, ONS. A riqueza gerada pelo setor está nas mãos das grandes empresas que passam o tempo todo chantageando as partes envolvidas. Os trabalhadores do setor são ameaçados pela terceirização e precarização das condições de trabalho, os atingidos são acossados nos seus direitos mais primários, os consumidores chantageados com fantasmas de escassez e aumento de tarifas, as estatais com a privatização, com os riscos de apagões.”


SUCATEAR
Comentando a conjuntura na Celesc que nos últimos anos se debate com o sucateamento, e a consequente reação adversa que isto provoca nos consumidores, a terceirização galopante que é uma privatização torta, Dallacosta explica que este é um cenário que se repete no Brasil inteiro. “Acontece nas estatais por que querem privatizá-las, acontece nas privadas por que querem sugar todo lucro e obrigar o governo a investir, ameaçando com apagões. A situação da Celesc não é um privilégio dela, pressionam por que querem que o governo injete ainda mais recursos para dividir todo lucro entre acionistas.”Dallacosta, que também é coordenador do MAB, conhece bem a conjuntura catarinense. “Vocês já viram isto antes, com a Eletrosul, onde os diretores eram representantes do capital privado e deliberadamente destruíram a empresa para vendê-la.” A análise que Dallacosta faz do governo Dilma é bastante equilibrada.“Pelo lado positivo temos a não privatização. Ela segurou os leilões que viriam com o vencimento das concessões.


Apoiamos também o controle do preço da energia que foi feito através de medida governamental e que garante a energia a um preço mais barato. Também concordamos com a retomada do planejamento do setor elétrico nacional. O que é complicado é essa garantia ao setor privado: as grandes empresas não investem e ao mesmo tempo têm garantia de exploração por 30 anos com um preço baseado nos preços internacionais (estes baseados na geração a partir do petróleo e não da água como é o nosso caso). O governo cede à chantagem da ameaça de apagões.”

 

 

Fonte: Sinergia / Consulta Popular