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Greve dos Petroleiros também enfrenta guerra da informação
8 de Novembro de 2015 Em greve desde o dia 01 de novembro de 2015, os petroleiros de todo o Brasil conquistam a cada dia cada vez mais adesões à paralisação. Com o objetivo de estabelecer uma pauta clara pelo Brasil e que impeça o plano de redução de investimentos da empresa, o movimento também tem outro desafio: a guerra de informações. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) emitiu uma nota onde crítica a Petrobrás por passar informações equivocadas para a grande mídia, bem como para os próprios trabalhadores da empresa. A alegação da estatal é de que a greve tem impacto financeiro na arrecadação de tributos para a União, estados e municípios. Todavia, em momento algum menciona que o plano de “desinvestimentos” prevê cortes de mais de R$ 500 bilhões, além da venda de ativos superiores a R$ 200 bilhões. “O fato de a Petrobrás anunciar desinvestimento, diminuir seu ritmo de investimentos no País, não concluir obras como a Refinaria Abreu e Lima em Pernambuco, o Complexo do Comperj no Rio de Janeiro e a Fábrica de Fertilizantes no Mato Grosso do Sul, que está 80% concluída, isso sim traz grande prejuízo à população, aos estados e aos municípios. Não gerar empregos necessários e não fazer essas unidades rodarem e não normalizarem a sua produção. O maior prejuízo está aí e esse é um dos pontos de pauta da greve”, explica o secretário nacional de comunicação da CUT, Roni Barbosa, que é petroleiro.
A categoria também queixa-se da forma como as notícias sobre a greve são veiculadas na grande mídia, além de uma onda crescente de boatos que se espalham pelas redes sociais, sobretudo pelo “Whatsapp”, dando conta de um possível desabastecimento de combustível. “É uma grande mentira. O abastecimento está garantido. São pessoas inescrupulosas que desejam ver o caos na sociedade e não é isso que os petroleiros querem, não é isso que o movimento quer, pelo contrário. Estamos bem atentos para não provocar desabastecimento no mercado e para que a greve seja vitoriosa”, completa o dirigente. A avaliação também é compartilhada por outro dirigente da FUP, Gerson Castellano. De acordo com ele, o fato da greve ter como ponto central pautas pelo Brasil é algo inédito e que ainda não foi bem assimilado pela população. “É imprescindível discutir a pauta pelo Brasil. Nós estamos fazendo uma greve histórica, única, onde uma categoria toda não está discutindo cláusulas econômicas, cláusulas sociais. Nós estamos discutindo o projeto que queremos para Petrobrás, que ela continue sendo indutora do desenvolvimento nacional. Uma Petrobrás que represente os anseios da população e não apenas para a Bolsa de Valores. Uma empresa que responda para aquilo que ela foi criada, atender o Estado e a população. A condição principal (para encerrar a greve) é que a empresa nos chame para discutir a pauta pelo Brasil, isso é a condição que não abrimos mão”, garantiu Castellano, é que dirigente do SindiQuímica-PR. O coordenador estadual do MST no Paraná, Roberto Baggio, reforça que está não é uma luta de uma categoria, mas sim de todo o povo brasileiro. Segundo o dirigente, no centro desta batalha está o controle de recursos naturais e também do setor energético. “O povo brasileiro, com os petroleiros e os químicos e essa grande aliança com os camponeses vão fazer frente a essa batalha. Se eles lograrem privatizar a Petrobrás e o conjunto de recursos naturais nós seremos uma nação dependente e sem perspectiva de futuro. Se o povo brasileiro junto com os petroleiros garantir que a Petrobrás seja pública, nacional e que o conjunto de recursos naturais preservando o regime de partilha, garantido o fundo soberano, seremos uma nação com futuro, desenvolvimento e mais justiça social. Fonte: CUT Paraná/ Publicado no site da FUP |