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BLOG SINDASPI-SC


01/10/2013 | Movimentos Sindicais

Militância social e sindical não terceiriza, mas sim solidariza

Nesta terça-feira, dia 01 de outubro, em nota divulgada no jornal Diário Catarinense, o colunista Moacir Pereira afirma que a participação de militantes do MST nos piquetes dos bancários seria uma forma de terceirização. Segundo o colunista os militantes MST recebem R$ 50,00 por dia, e que isso seria uma forma de remuneração por serviço terceirizado. Tendo em vista essa afirmação mentirosa e distorcida, o SEEB vem, por meio desta, esclarecer que não contrata piqueteiros e que apenas compra os alimentos e produtos de higiene para os agricultores sem terra, que se deslocaram temporariamente de outros municípios para a Capital, em apoio a greve dos bancários.

O Sindicato dos Bancários de Florianópolis e Região, assim como diversas categorias organizadas no país, vêm travando um luta contra o Projeto de Lei 4330, a chamada PL da Terceirização. O projeto vai permitir à terceirização indiscriminada de serviços públicos e privados, representando um golpe às conquistas trabalhistas, tão importantes para a democracia brasileira, burlando direitos dos trabalhadores e dando ainda mais liberdade para empresários e governos nas relações de trabalho. Isso permite que se paguem salários mais baixos, que se cobrem jornadas maiores, tirando a responsabilidade dos empregadores quanto às más condições de trabalho, acidentes e eventuais falhas e desvios na prestação dos serviços. 

Com esse cenário, onde movimentos organizados em todo o país se mobilizam na defesa dos direitos do cidadão e na luta por melhores condições para os trabalhadores, seja através da luta contra a terceirização, seja na união de categorias de trabalhadores organizados na luta pelo respeito a esses direitos, a afirmação do senhor Moacir Pereira configura uma tentativa de desqualificação da luta contra o PL, bem como distorce a relação entre movimentos sociais e sindicais organizados em luta, como é o caso do MST e dos bancários. A escolha de abordagem do tema pela grande imprensa se resume a crítica negativa à luta contra o projeto, e não discute o que ele representa para a sociedade e quais as implicações dele na já tão conturbada relação de trabalho estabelecida no país. 

O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra é uma organização que milita em diversas frentes, no campo e na cidade. O Sindicato dos Bancários de Florianópolis e Região é uma organização que milita, também, em diversas frentes, na cidade e no campo. A relação entre as entidades organizadas não é um contrato, não dá lucro financeiro a ninguém, muito menos visa terceirizar mão de obra, já que o produto em questão e a defesa dos direitos do cidadão e a luta por justiça social. Esses bens imateriais de consumo dão frutos somente para alimentar a democracia, a liberdade e a solidariedade.

Não é só na luta contra os bancos que o MST milita. Na luta dos trabalhadores em educação, saúde, transporte e em outros tantos protestos, greves e passeatas, estavam lá os militantes do MST. Os militantes do movimento são conscientes de que a luta no campo, a luta pela reforma agrária, não se resume as cercas e fazendeiros, ela é uma luta da sociedade brasileira, na busca por um país mais justo, com igualdade de oportunidades, onde o grande bolo das riquezas seja dividido com justiça. Assim como em outras ocasiões, onde dirigentes do Sindicato dos Bancários de Florianópolis e Região marcaram presença e apoio em lutas do MST em Santa Catarina, faz agora o MST na luta dos bancários. Essa é a relação que existe. Chama-se solidariedade. Mas parece que isso incomoda determinados setores, tanto no governo, quanto na mídia. Ver um militante de outra categoria em frente a um piquete dos bancários, neste senso atual de ?salve-se quem puder?, parece realmente causar estranheza, principalmente naqueles que tem pavor de ver o povo unido. Parece que um homem pobre, humilde, de roupas simples e pele maltratada do trabalho, parado em frente a um banco, causa incomodo, mesmo sendo a representação perfeita da relação estabelecida pelo sistema financeiro brasileiro e sua lucratividade em contraponto aos indicadores sociais no país. 

As organizações, sendo elas sindicatos, associações, movimentos políticos, culturais ou ambientais, não lutam divididas, não defendem apenas bandeiras que convém a interesses particulares. Elas lutam para que todos nós possamos gozar dos frutos do nosso trabalho e da riqueza de nosso país. Elas batalham para que haja igualdade, lutam por uma sociedade mais solidária, mais fraterna e amparada por valores menos egoístas. E isso se traduz nas ações e no abraçar as lutas coletivas. Assim como o MST, militam na greve dos bancários deste ano outras organizações, como as Brigadas Populares, Coletivo Anarquista Bandeira Negra, Assembleia Nacional de Estudantes Livre, Movimento Passe Livre, Juventude Comunista Avançando, moradores e membros da Rede de Apoio da Ocupação Contestado, além de outras entidades sindicais como as que representam os Correios, servidores estaduais da Saúde e trabalhadores do Transporte.

O Sindicato dos Bancários de Florianópolis e Região sempre apoiou, e continuará a apoiar o Movimento do Trabalhadores Sem Terra e a luta deles, assim como os demais movimentos que defendem nossos direitos sociais. Essas lutas também pertencem ao bancário, assim como a luta do bancário pertence aos trabalhadores do transporte, assim como é luta do motorista de ônibus a saúde pública de qualidade, assim como é para a enfermeira a luta por educação boa e pública, assim como é bandeira do professor a luta por justiça social ampla e acessível... 



Fonte: SEEB