Erro na Linha: #3 :: Use of undefined constant SEO_TITLE - assumed 'SEO_TITLE'
/home4/sindaspi/public_html/site/sindaspisc/header.inc.php
SEO_TITLE

BLOG SINDASPI-SC


24/06/2013 | Movimentos Sociais

As Mobilizações populares e a nossa participação

Estamos assistindo a gradativa retomada da capacidade de luta popular, que confirma a leitura de reascenso da luta de massas no próximo período. Assim como no final da década de 70, os setores médios saem na frente, empunhando uma pauta de defesa de direitos, com foco no reajuste das passagens em São Paulo e com itens difusos em outras cidades. 

Assim como em outras situações históricas as ações repressivas da polícia colocaram entre as pautas da manifestação a defesa das liberdades democráticas duramente conquistadas pelo povo brasileiro e acabam conferindo um conteúdo político que reforça a indignação. 

São setores que começam a sentir efeitos da situação econômica e participam pela primeira vez de mobilizações. Assim como na Europa, Estados Unidos e Canadá há em parte dos manifestantes um sentimento de rechaço aos partidos políticos e as formas tradicionais de luta e organização (carro de som, coordenação, porta vozes etc). 

Somente quando a classe trabalhadora organizada assumir essa luta essa dinâmica será alterada. E isso vai ocorrer. 

A pauta e as bandeiras de luta estão em disputa e a direita e os agrupamentos do esquerdismo tentam transformar num movimento oposicionista contra o governo. 

A direita escolhe o que noticiar, os cartazes e depoimentos a serem manchete. Dando ênfase a corrupção, ao rechaço a política, que apesar de presente não representa a totalidade. É evidente a postura da grande mídia em caracterizar o movimento como anti Dilma, anti PT e inserir sua pauta de ?prisão aos mensaleiros?, ?contra a PEC 37?, ?contra a corrupção dos políticos?, contra a gastança pública etc. 

Devemos participar, estimular e mobilizar para os atos construídos conjuntamente. Nossa participação deve ser organizada, buscando articular os movimentos sociais e forças que integram o campo do Projeto Popular. 

Não podemos pactuar com o discurso de negação dos partidos políticos e devemos disputar também a pauta dessas mobilizações para que acumulem na construção da força social que atue de maneira independente, pressionando o governo para assumir compromissos populares e abandonar as medidas privatizantes. 

As ruas oxigenam a democracia, geram autoestima na luta, podem trazer conquistas de melhorias das condições de vida e maior nível da consciência de classe. Vivenciar a experiência das manifestações acelera a formação de consciência que anos de descenso não proporcionam. O mais importante, alteram a correlação de forças.

Há um processo de retomada onde é normal que as forças políticas organizadas tenham baixa incidência nos momentos iniciais. Devemos apostar nos processos de construção unitária de fóruns que estão em cursos nos estados e a nível nacional. 

Devemos identificar no interior destas ações e canalizar a nossa atuação entorno das pautas comuns que aglutinam força, entre elas a melhoria do transporte público, pelo direito a cidade, pelo fim da criminalização dos movimentos sociais e pela democratização dos meios de comunicação, além disto, devemos buscar incluir na pauta as lutas pela reforma política, pelos 10% do PIB para educação, pela jornada de 40 horas. E as campanhas contra as privatizações, concessões e leilões do petróleo. 

Estabelecer contatos e desenvolver agitação e propaganda para estimular a participação popular nos calendários comuns que estão sendo construídos: ao redor de 28 de agosto (mobilização estudantil) até 7 de setembro, incluindo jornada de protesto contra os leilões do petróleo e pela energia elétrica mais barata, dia 5 de setembro. E depois a jornada internacional de 16 a 19 de outubro. 

Fazer a luta ideológica, em todos os espaços, construindo nossos meios de comunicação, acelerando os processos de formação de militantes e de disputa de idéias na sociedade. Promovendo todo tipo de debates em torno a essas temas e a necessidade de um novo projeto político para o país. 

O momento é favorável. São as maiores manifestações que a atual geração de lutadores populares vivenciou e outras maiores virão. Como em todo processo, haverá crescimentos e refluxos, mas existe um novo quadro de animo e disposição de lutas que vai marcar a conjuntura dos próximos anos.

Neste momento é fundamental não se dispersar. Saber utilizar nossas pequenas forças com habilidade e não se desviar de nossa tática e plano de construção. 


Pátria Livre, Venceremos! 

Direção Executiva da Consulta Popular