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13/07/2015 | Mundo

Internacional: Grécia e credores chegam a acordo; Tsipras promete seguir lutando por soberania

A situação da Grécia, após o plebiscito realizado sobre o pagamento da dívida com credores internacionais em que 61 % da população disse Não e 31% disse SIM, está tomando lugar e gerando grandes expectativas em sobre a situação do país que luta por soberania nacional.  

Leia, abaixo, matéria do Ópera Mundi sobre a situação da Grécia.
 

 

Após 17 horas de reunião, o Conselho Europeu e a Grécia chegaram, unanimemente, a um acordo, na manhã desta segunda-feira (13/07), para iniciar as negociações de um terceiro resgate financeiro em favor da Grécia. Apesar de ser rigoroso com o país helênico — com a exigência de que a austeridade seja reforçada e que sejam feitas mais privatizações — o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, disse que vai “continuar lutando para restabelecer a soberania nacional" e que "agora é preciso lutar contra a oligarquia que levou o país até aqui".

 
  Discurso de Tsipras no Euro Parlamento | Foto: Reprodução/Twitter Tsipras

Tsipras procurou, nas declarações concedidas hoje, ressaltar dois pontos que não estavam presentes na proposta rechaçada no referendo , quando os gregos disseram 'não' à proposta dos credores, realizado no dia 5 de julho: o compromisso com o alívio da dívida pública grega e a concessão de um financiamento de curto prazo.

Tsipras, que terá que convencer o Parlamento de seu país a aprovar os termos acordados até quarta-feira (15/07), afirmou que seu governo travou uma "batalha difícil" durante seis meses e "lutou até o final para um acordo que permitirá ao país se recuperar". "Acho que o povo reconhece o combate difícil que tivemos e que nesta ocasião o peso das medidas será melhor dividido entre a sociedade", ressaltou.

"Enfrentamos dilemas difíceis e tivemos que fazer concessões difíceis para evitar a aplicação dos planos de alguns círculos ultraconservadores europeus", disse Tsipras em referência à posição da Alemanha que, durante a madrugada, chegou a cogitar a suspensão temporária do país da zona do euro.

Apesar das concessões que o governo comandado pelo partido anti-austeridade Syriza teve que fazer em relação a suas aspirações iniciais e ter-se comprometido a aceitar novamente uma tutela das instituições da troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional), Tsipras prometeu que " vai continuar lutando para restabelecer a soberania nacional" e concluiu: "agora é preciso lutar contra a oligarquia que levou o país até aqui", concluiu.

Exigências

A primeira das exigências feita pela comissão europeia é a de que, mesmo antes de receber algum dinheiro, o Parlamento grego aprove rapidamente uma série de medidas, com legislação que entre imediatamente em vigor.

Como garantia de que a Grécia irá pagar o empréstimo, o país se compromete a alargar seu plano de privatizações através da transferência de ativos do Estado grego, no valor de 50 bilhões de euros, para um “fundo independente”.

São quatro as medidas que têm de ser aprovadas até quarta-feira. Somente depois delas é que a troika — trio de credores da dívida grega formado por FMI (Fundo Monetário Internacional), BCE (Banco Central Europeu) e Comissão Europeia — será autorizada a negociar com o governo um novo programa de resgate para os próximos três anos, que garantirá um financiamento entre 82 e 86 milhões de euros. As medidas incluem:

• simplificação do IVA (Imposto sobre Valor Agregado) e o alargamento da base de tributação para aumentar a receita;

•  melhoria da sustentabilidade de longo prazo do sistema de pensões como parte de um programa abrangente de reforma da seguridade social (previdência social, assistência social e saúde pública);

•  defesa da independência total do organismo responsável pelas estatísticas oficiais na Grécia;

• introdução de mecanismos quase automáticos de cortes da despesa em caso de não cumprimento das metas orçamentais, após recomendação do conselho das contas públicas grego, que terá que começar a funcionar.

Repercussão

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disse que o acordo tem mais vantagens do que inconvenientes, e que as exigências a Atenas estão dentro dos parâmetros do que foi pedido a Espanha e Portugal em troca de seus programas de ajuda. Ela destacou que o acordo inclui de um lado "solidariedade" dos Estados-membros e por outro a "vontade para realizar reformas" de Atenas.

Merkel pontuou ainda que em nenhum caso se cogita o perdão nominal de dívida grega.

Já o presidente da França, François Hollande, disse que com o acordo "a soberania grega foi preservada" e qualificou o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, de "valente" por conseguir o entendimento com seus credores.

O mandatário francês considerou que a França soube pensar na Europa e destacou que "se a zona do euro só tivesse escutado uma voz [a do bloco mais duro com Atenas e liderado por Berlim], teria acabado com a saída da Grécia do euro".

A Assembleia Nacional francesa votará nesta quarta-feira (15) o acordo sobre a Grécia, informou Hollande.

O ministro do Trabalho grego, Panos Skourletis, por sua vez, considerou que as condições do acordo “não são viáveis” e considerou a necessidade de que sejam realizadas novas eleições até o final do ano.