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Trabalhadores nas barreiras protestam em Simpósio de Suínocultura, em Chapecó
Cerca de 30 trabalhadores, representando
as barreiras da região Oeste do estado estiveram presentes no painel Qualidade
da Carne Suína no Mercado Japonês, palestra de abertura do VI Simpósio Brasil
Sul de Suinocultura realizado na noite de ontem, 13 de agosto, no centro de
eventos de Chapecó. Os trabalhadores portavam faixas com as principais
reivindicações da categoria, buscando sensibilizar o secretário da agricultura
João Rodrigues, o Adido Agrícola na Embaixada do Brasil em Tóquio, Gutemberg
Barone de Araújo Nojosa - palestrante principal do evento e todos os que ali
estavam para comemorar a abertura do mercado japonês para a carne suína
catarinense.
Através da manifestação, os trabalhadores
deixaram claras suas demandas e as deficiências nas condições de trabalho nas
barreiras sanitárias da Cidasc. Também mostraram sua participação decisiva na
conquista do status de Zona Livre de Aftosa sem vacinação para Santa Catarina,
fator principal para determinar a abertura do novo mercado, o que foi
reconhecido no discurso do próprio presidente da Cidasc, Enori Barbieri.
Apesar de terem a sua permanência no local
ameaçada pela organização do evento, os trabalhadores conseguiram sensibilizar
os presentes e receberam diversas falas de apoio.
Foi uma mobilização vitoriosa, pois demonstrou o poder de
organização e a disposição de lutar dos trabalhadores que enfrentaram
quilômetros de estrada com chuva, neblina e frio intenso para protestar na
noite da última terça-feira. "Será a primeira de tantas outras que forem
necessárias", declarou um dos participantes, exaltando o espírito de união e a
determinação que está tomando conta da categoria.
No dia anterior, segunda-feira, 12 de
agosto, quarenta trabalhadores, representando as barreiras de todo o Estado,
estiveram em reunião na Secretaria da Agricultura onde foram discutidas várias
reivindicações relacionadas as condições precárias de trabalho em muitas barreiras
e a melhoria nos salários que - na maioria dos casos - é inferior R$ 1.000,00
(mil reais). O secretario adjunto da Secretaria da Agricultura, Airton Spies,
sensibilizado com as reivindicações dos trabalhadores propôs fazer os esforços
necessários para atender as reivindicações, mas questionou a legalidade das
reivindicações, e, deixando claro que o objetivo do Governo é contratar mão de
obra barata.
Ao final da reunião foi apresentada à Secretaria da Agricultura uma pauta da categoria
para a qual o governo tem 15 dias para dar retorno. Após esse período, os
trabalhadores se reunirão para deliberar sobre o estado de greve.