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VIII Congresso do Sindaspi reforça a necessidade de lutar por um mundo sem exploradores e explorados

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O VIII Congresso do Sindaspi/SC realizado em Lages nos dias 26 e 27 de outubro proporcionou aos cerca de 200 presentes o pensar alternativas para a construção de um mundo sem explorados e exploradores diante da atual crise do sistema capitalista mundial a partir de um dos maiores acontecimentos da humanidade, a Revolução Socialista de 1917. Desde a análise política inicial do coordenador nacional do Movimento Sem Terra, Vilson Santin, seguida das palestras do professor doutor da UFPel em ciências do movimento humano e dirigente nacional do PCB, Giovanni Frizzo, e do jornalista e escritor Bernardo Joffily, no primeiro dia de Congresso, foi possível compreender grandes ensinamentos da revolução. Mesmo em um momento em que o capitalismo ensaiava a crise de 1919, em que a 1ª Guerra Mundial dizimava 70 milhões de pessoas no mundo e causava fome e miséria, a organização proletária na Rússia junto a um partido mostrou ao mundo que é possível a planificação da economia, ao mesmo tempo em que é possível garantir direitos sociais públicos e de concepção libertadora seja na educação, na saúde, no uso da terra e na igualdade de direitos entre homens e mulheres. Foi por meio desse evento revolucionário em que a sociedade “voou” e viveu sua maior emancipação humana. Conforme Vilson Santin, os movimentos sociais e suas lideranças políticas populares confiaram demais na possibilidade de conciliação de classes e por consequência os movimentos sociais saíram das ruas, acreditaram que suas reivindicações fossem atendidas nos governos de Lula e Dilma hoje, estamos vivendo um período de golpe jurídico-midiático-parlamentar que não precisou sequer dos militares para ser referendado. E, além de os governos não garantirem ao povo brasileiro reformas estruturais e necessárias como as reformas agrária, tributária, na educação e nos meios de comunicação, o povo trabalhador hoje vive um grande retrocesso onde o pouco de direitos que tinha está sendo retirado sem as reações necessárias. |
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Devemos responder à contrarreforma trabalhista com organização
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Homenagens aos que partiram
A emoção tomou conta de todos, no início do atividade, no momento de homenagear os coordenadores Maria Aparecida Raimundo e Gustavo Ramiro Seitenfus, que partiram cedo e deixaram a todos um legado resultante de suas lutas por um mudo justo para a classe trabalhadora.
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O Tropeirismo e sua influência na cultura local
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Gênero, feminismo e as lutas das mulheres
O coordenador Gilmar Espanhol, atenta para o fato de que esse foi o primeiro Congresso do Sindicato a discutir a questão de gênero, de machismo e da violência contra a mulher e espera ampliar esse debate na categoria. Um dos desafios está em garantir o direito à licença maternidade por seis meses a todas as mulheres trabalhadoras.
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Posse da nova coordenação
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A nova coordenação do Sindaspi, intitulada Renovar e Lutar, eleita para comandar a entidade no mês de setembro tomou posse na noite de 26 de outubro, durante o VIII Congresso. Ao todo, são 62 companheiros, entre titulares e suplentes da Coordenação Estadual, membros da Coordenação Regional e do Conselho Fiscal, com o compromisso de seguir a Carta aprovada neste Congresso que determina buscar a unidade da classe trabalhadora no combate à retirada dos direitos sociais, desmonte dos serviços públicos, precarização do trabalho e o avanço do ideário fascista, que nos últimos anos vem despertando o ódio de classe, de gênero e de etnia, negando o legado da revolução socialista. A nova coordenação estadual se reunirá ainda neste mês para programar as próximas ações e planejamento do Conselho Deliberativo do Sindicato. Leia abaixo a Carta do VIII Congresso do Sindaspi/SC |
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"Mudança se faz com luta, consciência e o melhor querer. (Autor desconhecido)"
Os associados do Sindaspi, reunidos em Lages durante os dias 26 e 27 de outubro de 2017, participantes do 8º congresso com o tema: Revolução Socialista de 1917 e Tropeirismo - ratificam a importância de construir espaços para discussão, reflexão e formação, a fim de trazer luzes e encaminhamentos frente os “tempos escuros” que a classe trabalhadora está vivenciando. Abordando o centenário da revolução Russa de 1917 a luz da atualidade, compreendemos o importante legado daquele acontecimento histórico para os pobres e trabalhadores do mundo inteiro. Entre os mais importantes está a conquista, pela primeira vez na história, do direito ao voto pelas mulheres, e a instituição de um código legal prevendo direitos sociais, conquistas que posteriormente foram reconhecidas e implantadas em diversos países. Esse período marcou a maior experiência de emancipação humana da história. No mesmo período a serra catarinense vivia o final do ciclo do tropeirismo que durou cerca de 2 séculos e marcou profundamente a história regional. Enquanto a revolução socialista possibilitava a humanidade perspectivas de libertação, aqui caminhava-se numa direção oposta, em que a “cultura de fazenda” perpetuava as relações de subordinação e submissão ao poder dominante local. Assim como na União Soviética a região foi palco de resistência e muitas lutas populares, como a guerra do contestado. Porém a herança desse modelo influencia as relações sociais e econômica e culturais da região até os dias atuais, deixando um legado de submissão e dependência. Na atualidade vivemos um momento de imposição de perdas aos trabalhadores no mundo de modo geral e no Brasil em particular. A recente derrota política materializada no golpe jurídico institucional e midiático e as reformas decorrentes, referendadas pelo Congresso Nacional e legitimadas pelo judiciário impõem à classe trabalhadora a necessidade de se reinventar. A história da luta de classes é incessante e intercala períodos de avanços e retrocessos para os trabalhadores. Por isso, apesar das recentes perdas de direitos e do avanço do ideário fascista, não estamos derrotados. Frente a este cenário, o Sindaspi reafirma o compromisso de estudar e contribuir para a construção de novas formas de lutas de classe que permitam a resistência dos trabalhadores e o fortalecimento dos seus instrumentos de luta para o avanço dos direitos políticos, sociais e econômicos. Da mesma forma, nos integramos às demais organizações comprometidas com a causa dos trabalhadores no compromisso de promover e participar de espaços conjuntos de formação, planejamento e ações coordenadas. Buscamos assim a unificação da classe trabalhadora no combate à retirada dos direitos sociais, desmonte dos serviços públicos, precarização do trabalho e o avanço do ideário fascista, que nos últimos anos vem despertando o ódio de classe, de gênero e de etnia, negando o legado da revolução socialista. Construído por muitas mãos, o 8º Congresso do Sindaspi, trouxe importantes referências para os novos desafios que se apresentam na atual conjuntura da luta de classes. Sindicato é cada um de nós! Lages, 27 de outubro de 2017.
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Mas nem só de estudos e palestras o Congresso se fez. Causos e histórias contadas pela dupla Grillo e Testa e os Recomendadores de Almas de Campo Belo do Sul, a apresentação do grupo teatral Circula-dô e o grupo de danças tradicionalistas gaúchas do CTG Garrão de Potro, também animaram e contribuíam para novos conhecimentos dos congressistas e convidados sobre a cultura dos habitantes da serra catarinense. lém dos Congressistas, foram convidados e se fizeram presentes representantes de diferentes entidades sindicais, como o Fórum Sindical Serrano, de organizações do movimento social da região e do estado - como a Frente Brasil Popular e do Comitê Catarinense de Solidariedade ao Povo Palestino -, o deputado estadual Dirceu Dresch - representando a bancada do Partido dos Trabalhadores na Assembleia Legislativa de SC - e o vereador de Lages José Amarildo Farias (PT), assim como familiares e amigos. Ezequiel Linhares da Costa, coordenador estadual do Sindaspi/SC, afirma que mais de seiscentas pessoas passaram pelo evento.
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Texto de Silvia Agostini Pereira - jornalista |