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02/09/2013 | Mundo

Rússia desafia EUA a provarem que governo da Síria usou armas químicas

"Se tem provas, apresente-as ao mundo, senhor (Barack) Obama". O desafio partiu, neste sábado, do presidente da Rússia, Vladimir Putin, após afirmar que é "um disparate" a denúncia de que o governo sírio tenha usado armas químicas contra seu próprio povo. Ele demandou aos EUA que apresentem as supostas evidências encontradas ao Conselho de Segurança da ONU.

? Dirijo-me a Obama, prêmio Nobel da Paz: pense nas futuras vítimas sírias ? disse Putin.

A possível operação militar norte-americana na Síria terá apenas o objetivo de ajudar os rebeldes na luta contra o regime de Bashar Al-Assad, usando armas modernas, acrescentou o presidente russo, a jornalistas em Vladivostok. Ele acrescentou que não se pode fornecer armas aos rebeldes, nem ensiná-los a usar armas modernas.

- A solução é única: atacar. Se isso acontecer, será muito triste - afirmou o presidente russo.

A constatação do presidente russo, no entanto, foi acompanhada de uma ordem expressa para uma colossal movimentação de tropas, em direção à Síria e à Arábia Saudita. Além da mobilização, por terra, haveria um deslocamento por mar da força naval que acompanha o porta-aviões Almirante Kuznetsov, integrada por 20 vasos de guerra com alto poder de fogo. Os informes sobre o envio da flotilha russa, no entanto, permanecem desencontrados.

Segundo informes da agência russa de notícias ITAR-TASS, citanto uma fonte do ministério da Defesa, os navios de combate já estariam próximos ao porto de Tartus, na Síria. Citando outra fonte, no mesmo ministério, porém, a agência afirma que somente em dezembro deste ano haveria uma aproximação dos cruzadores russos à costa da Síria. A fonte recusou-se a a divulgar uma data exata do lançamento do cruzador, a partir da base naval Severomorsk, mas sublinhou que a visita do porta-aviões a Tartus não estaria relacionada à guerra civil na Síria.

Forças russas também miram, em Riad, na Arábia Saudita, alvos industriais onde seriam fabricados componentes químicos, possivelmente utilizados por rebeldes sírios para a construção dos mísseis disparados nas áreas atingidas por gás Sarim, ou gás de nervos, que teria causado a morte dos civis, com o objetivo de atingir a credibilidade do governo Assad. O príncipe saudita Bandar Bin Sultan, conhecido como "Bandar Bush", por sua amizade com o ex-presidente norte-americano, foi ?a personagem que tramou essa carnificina química na Síria, para obrigar os EUA a definirem-se em favor de uma intervenção militar na Síria, de maneira aberta e descarada?, afirma o analista militar Hernan Di Marzo, em seu perfil em uma agência social.

Ação militar

Nos EUA, Obama adicionou mais combustível às chamas da revolta na Síria. Em um discurso no Jardim das Rosas da Casa Branca, o presidente norte-americano disse, com todas as letras, que pretende realizar, ainda que de forma unilateral e sem o apoio de nenhum outro país do mundo, uma ação bélica contra o território sírio.

- Os Estados Unidos vão promover uma ação militar contra a Síria - afirmou, Obama.

Enquanto o mandatário discursava na Casa Branca, pousaram na base militar de Incirlik, na Turquia, três aviões de transporte norte-amaricanos. A bordo dos aviões encontra-se uma carga militar, informou a mídia local. Além disso, os dissidentes na Síria divulgaram que pretendem colocar em marcha o plano de uma grande ofensiva contra Damasco, a ser realizada imediatamente após o ataque dos EUA contra o país, relata a mídia, citando fontes da oposição.

Infográfico AFP

Infográfico AFP ? clique para ampliar

Em tom belicista, o democrata citou as vítimas do suposto ataque com armas químicas que teria sido levado a cabo pelo governo sírio para justificar a decisão norte-americana de bombardear alvos nas principais cidades do país árabe. Ele acusou Bashar Al-Assad, a quem chamou de ditador, de ser responsável pelo "pior ataque com armas químicas do século". Analistas militares, no entanto, veem a retórica de Obama como mais uma forma de pressão do que, necessariamente, um alerta de guerra. Embora disponha de amplos poderes legais para determinar uma ação militar como esta que defendeu, neste sábado, Obama concordou que será necessário, antes de apertar o gatilho, que pretende pedir a autorização do Congresso.

- Vou pedir autorização para o uso da força aos representantes da população norte-americana no Congresso. Teremos debate e votação quando o Congresso retornar ao trabalho - disse o presidente norte-americano.

A intervenção defendida pela Casa Branca ocorrerá, diz Obama, porque o uso de armas químicas "representa um perigo à segurança nacional" e é "um assalto à dignidade humana".

- Estamos preparados para atacar quando quisermos. É a coisa certa a se fazer para nossa democracia. Sei bem que estamos cansados de guerra. Acabamos de pôr fim a uma guerra no Iraque, outra no Afeganistão. Não espero que cada nação vá nos apoiar. Mas somos os Estados Unidos da América. Não podemos, e não devemos, fechar os olhos para o que aconteceu em Damasco. É hora de mostrar ao mundo que a América se mantém fiel a seus compromissos - propagandeou.

O discurso durou menos de 10 minutos e foi realizado um dia depois de seu governo divulgar um informe da inteligência, o qual afirma ter "muita confiança" de que o governo sírio foi responsável pelo ataque em 21 de agosto com armas químicas em uma dúzia de bairros nos arredores de Damasco que mataram pelo menos 1.429 civis, sendo um terço deles crianças.

Ataque final

Enquanto Rússia e EUA debatem sobre os rumos da guerra civil, o presidente sírio se colocou à frente das tropas e iniciou um ataque final às bases rebeldes no norte do país. Assad, que se encontra em um ponto desconhecido do território sírio, em um bunker subterrâneo de alta segurança, coordena os esforços para enfrentar os rebeldes, de um lado, e o possível ataque norte-americano, em um novo flanco no conflito que já teria causado mais de 100 mil mortes, de lado a lado.

Um grupo militar de alta patente acompanha o mandatário no complexo militar subterrâneo, ligado a uma série de recursos tecnológicos de última geração, afirmou uma fonte militar do país à agência internacional de notícias RNA. Segundo a mesma fonte, a família do presidente e outras autoridades do país também se encontram em local seguro. Desde as primeiras horas deste sábado, no entanto, as Forças Armadas da Síria tem pedido aos proprietário de casas e edifício fortificados no subsolo que acolham os cidadãos em caso de um bombardeio norte-americano, ao mesmo tempo em que aconselha a todos que se abasteçam com água, alimentos e artigos de primeira necessidade.

Segundo a mídia do Líbano, país vizinho à Síria, o moral da população em Damasco é alto e demonstra estar preparada para a guerra. A possível intervenção norte-americana no país revoltou os sírios, que se recusam a acreditar nas denúncias formuladas contra o presidente Assad.



Fonte: Correio do Brasil