Nesse 29 de outubro, o Sindaspi/completou 30 anos de atuação. E, além de comemorar sua história de resistência e lutas, o Sindaspi/SC começa a determinar o caminho a ser traçado de agora em diante. Não é mera coincidência que a fundação do Sindicato tenha acontecido no mesmo mês em que foi promulgada a Constituição Federal de 1988. Afinal, foi essa Constituição Cidadã que possibilitou a fundação e legalização de muitos sindicatos, associações e movimentos até então proibidos pela Ditadura Civil Militar.

Entretanto, nosso presente, nosso passado e nosso futuro não podem ser entendidos como uma linha reta de acontecimentos independentes. Assim, num movimento contínuo feito de diversas contradições e pluralidade, nova história do Sindaspi/SC começa a ser construída sob graves ameaças à sua existência e à sua atuação. 

Ao enfrentar o fim da cobrança do imposto sindical e um discurso de ódio aos sindicatos proferidos pela grande mídia empresarial, nossa entidade busca novas estratégias para manutenção de uma estrutura capaz de cumprir seu papel de ampliar e garantir direitos a dezenas de milhares de trabalhadores no Estado, seja por meio dos atendimentos realizados nas Sedes da entidades, das negociações de acordos e convenções coletivas, de ações diretas de lutas ou ainda ações no campo jurídico.

E, agora, em meio a um período de transição de governo federal, nosso Sindicato tem mais um desafio: resistir às ameaças do presidente e vice-presidente recém eleitos, que pretendem extinguir qualquer ativismo sindical ou social e dar fim aos direitos que restaram após a contrarreforma trabalhista, como também pilhar um sistema forte e integrado de Seguridade Social - composto pela Previdência, Assistência Social e SUS. Não bastasse isso, ainda está tramitação no Senado Federal um projeto de lei (272/2016) que classifica como terrorismo ações como as utilizadas em uma simples greve.

Resistência
Iniciando sua atuação para garantir mínimos direitos às mulheres que trabalhavam na extensão rural no interior do Estado, o Sindaspi/SC ampliou sua base de representação e também a organização das categorias para novas conquistas. Nossa história até aqui é feita com greves - como a de 1989, de 2013 nas barreiras de fiscalização sanitária da Cidasc ou ainda 2015, mais fortemente na Epagri-; como também é feita de diversas paralisações e assembleias; de oito Congressos Estaduais; e de incontáveis reuniões e diversas atividades organizativas que resultaram em garantia de reajustes salariais; de vale alimentação; de vale transporte; de pagamento justo de horas-extras; de valores para auxílio saúde; de garantia de emprego aos trabalhadores nas empresas públicas e aos que estão prestes a se aposentar nas empresas privadas; assim como de licença adoção para homens e mulheres em determinados Acordos Coletivos, entre outras.

Nunca foi fácil lutar por melhores condições de vida, de saúde e de trabalho, porém se vai  mais longe quando se vai em conjunto! Quando fazemos do Sindicato uma responsabilidade de todos e sonhamos juntos, podemos conquistar muito mais.

Como disse o fotógrafo Sebastião Salgado: “somente os trabalhadores serão capazes de revelar a nova vida, recordar que existe um limite, uma fronteira para tudo, menos para o sonho humano”.